terça-feira, 31 de janeiro de 2012

"GARBO" de Juan Pujol


Título da Obra: “GARBO”
Autor: Juan Pujol e Nigel West
Edição nº 147011/5073
Editora: Publicações Europa-América
Local: Mem Martins
Data de publicação: 1985
Classificação da obra: Narrativa histórica/investigação



Resumo
Oriundo de uma família de espírito liberal e democrático, Juan Pujol desenvolveu uma total aversão pelas formas de governo totalitárias. O advento da Segunda Grande Guerra e o regime Franquista instaurado no seu país, levaram Pujol a deixar Espanha e a oferecer os seus serviços ao Reino Unido, cuja forma de governo era compatível com as suas ideologias.
Pujol foi contratado como espião duplo pelo MI5 que lhe atribuiu o nome de código GARBO. Fingindo a personalidade de espião ARABEL a cargo dos serviços secretos alemães, conseguiu levar a cabo um dos mais ousados golpes de simulação de todos os tempos, fornecendo aos alemães informações falsas “obtidas” pela sua rede de espionagem, formada por vinte e quatro inexistentes espiões. Refiro-me ao histórico Dia D, do qual GARBO foi a peça chave.
As frenéticas peripécias vividas por Juan Pujol, o desmembramento do funcionamento dos serviços secretos britânico e alemão e o facto de grande parte dos movimentos estratégicos dos Serviços Secretos se terem passado em Portugal, são fatores que estimulam muito a leitura desta obra.
A minha personagem preferida
A minha personagem preferida foi, obviamente, o protagonista Juan Pujol.
Juan Pujol é apresentado ao leitor como um indivíduo pacato, justo, sensato e humilde, características que, na minha opinião, devem ser valorizadas se tivermos em conta a época e o contexto político-social em que viveu Pujol - um período da História que ficou marcado pela maldade do ser humano. Aliás, Pujol soube muito bem, através dos princípios e da educação que recebeu, escolher o “lado” que queria defender e, apesar de, na verdade, tudo não passar de um jogo de interesses, Pujol continuou a agir tendo como máxima a sua causa individual.
Para além disto, a maior parte de nós, indivíduos comuns e anónimos, sempre se deslumbrou com aquelas personalidades do crime que se tornaram lendas, como James Bond, por exemplo. Ora, Juan Pujol foi um indivíduo real que, movido apenas pelas suas convicções, sem qualquer tipo de formação em espionagem, falando apenas a sua língua materna e com um extraordinário talento para a representação, simulação e invenção, conseguiu tornar-se um dos espiões-duplos mais famosos de sempre e o grande mentor da operação que marcou o início do fim da 2ª Guerra Mundial.
A minha opinião sobre a obra
Lendo-se quase como um romance de espionagem, “GARBO” é um impressionante documento sobre o funcionamento dos serviços secretos. Contudo, e por razões óbvias, tenho consciência de que existe ainda uma série de informações e acontecimentos que não foram aqui revelados, embora considere que todo o conteúdo desta obra é mais do que suficientemente poderoso para permitir ao leitor imaginar as frenéticas peripécias vividas por Juan Pujol.
O conhecimento das operações realizadas na última Grande Guerra Mundial, fez-me ter a perceção de que os serviços de espionagem, campo em que a Inglaterra se encontrava claramente em vantagem, foram o grande motor estratégico da guerra. Neste sentido, Nigel West, coautor desta obra, fez um belíssimo trabalho no relato e desmembramento do funcionamento dos serviços secretos britânico e alemão, deixando o leitor, literalmente, “de queixo caído” com a descoberta da quantidade de acontecimentos que se passaram “na calada”.
Destaco, como curiosidade, o facto de grande parte dos acontecimentos descritos se terem passado em Portugal, nomeadamente em locais bem conhecidos de Lisboa e da linha do Estoril. Descobri que a neutralidade portuguesa foi extremamente vantajosa pois serviu como um filtro ou, se quisermos, como uma base de segurança, para ingleses e alemães reencaminharem e intermediarem informações e operações.
Gostei imenso desta obra, não só pelo tema, que é extremamente cativante, mas também pela forma como foi escrita: um excelente relato de Nigel West e a perspectiva, na primeira pessoa, de Juan Pujol.
Sobre os autores
Juan Pujol nasceu em Barcelona, Espanha.
Desde o final da 2ª Guerra Mundial tem vivido na Venezuela.
Até emergir do seu exílio voluntário para tomar parte na comemoração do quadragésimo aniversário do desembarque na Normandia, no famoso Dia D, em junho de 1984, toda agente acreditava que ele tinha morrido em Angola em 1959. Na realidade, a sua morte, excelentemente documentada pelos Serviços Secretos Britânicos, destinava-se a ocultar a sua verdadeira identidade.
Nigel West é um historiador militar, perito em assuntos de espionagem, que escreveu seis livros sobre as operações militares dos serviços secretos durante a guerra.
O Sunday Times comentou: “A sua informação revela-se frequentemente tão exata que muita gente pensa que West é simplesmente o historiador não oficial dos serviços secretos.”
Entre as suas obras destaco: MI5 – Operações dos Serviços de Segurança Britânicos entre 1909 e 1945
PUJOL, Juan e WEST, Nigel, GARBO. Edição 147011/5073, Publicações Europa-América, 1985 (adaptado)
Trabalho realizado pela aluna:
Mara A. Sousa,
12º Ano, Turma C
janeiro 2012

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